quarta-feira, 11 de julho de 2012

Estudo pioneiro mundial: barómetro do sorriso em Portugal (desde 2003).






A face neutra e o sorriso fechado são os tipos de expressão facial mais exibidos nos jornais diários portugueses durante o primeiro semestre de 2012. Esta é uma das conclusões do estudo científico inédito e pioneiro realizado pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), após a análise efetuada a 14.117 fotografias, e hoje divulgado no Porto pelo seu Diretor.
Para o Prof. Doutor Freitas-Maglhães, os resultados apontam no sentido de, nas fotografias apresentadas, as mulheres continuarem a sorrir mais do que os homens, apesar do registo descendente acentuadíssimo em relação a 2011, independentemente da idade, e os homens apresentarem mais o sorriso fechado a partir dos 60 anos; as crianças são as que continuam a apresentar mais e frequentemente o sorriso largo, um padrão que se mantém desde 2003, ano de início do estudo. O estudo terminará em 2013, perfazendo uma década.
Em comparação com o anterior estudo, realizado de 2003 a 2011, continua a constatar-se uma diminuição relevantíssima na frequência e intensidade do sorriso, isto é, a face neutra é a expressão mais exibida e o sorriso superior é substituído pelo sorriso fechado, com tendência significativa para a face neutra, explicou o Prof. Freitas-Magalhães.
Os resultados apontam para um diminuição significativa na exibição de qualquer tipo de sorriso e o aumento da expressão neutra em mulheres e homens. No universo das fotografias analisadas, verificou-se, também, que a expressão facial de emoções negativas é mais frequente e intensa do que a de emoções positivas. Este padrão acentuou-se expressivamente no primeiro semestre 2012, enfatizou o Diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção.
Ao longo dos primeiros oito anos e meio de estudo, ficou comprovado que um dos moderadores da frequência e intensidade da exibição do sorriso é o contexto social, o que se verificou no caso português, pois a situação económico-social potenciou a inibição da expressão, sendo que o género e a idade são os outros dois moderadores.
O sorriso é uma reação neuropsicofisiológica que se desenvolve em situações que envolvam o bem-estar e a felicidade e quando tal não se verifica, por motivos externos, o sorriso é inibido e recalcado, considerou o Prof. Doutor Freitas-Magalhães.
O universo das mais de 353 mil fotografias analisadas demonstrou que os portugueses estão a sorrir cada vez muito, muito menos, desde 2003, sendo esse um indicador preocupante pelas consequências na saúde e na interação social, pois a felicidade está na cara das pessoas e o sorriso é um sinal que está a desaparecer a “olhos vistos”, realçando-se que o sorriso é um dos principais organizadores do psiquismo humano. A sua inibição potencia sentimentos, emoções e condutas negativas levando a um quadro psicopatológico preocupante, enfatizou o Prof. Doutor Freitas-Magalhães.
O estudo faz parte do projeto pioneiro a nível mundial “Uma Década de Sorriso em Portugal” vista através dos jornais diários portugueses e terminará em 2013, ou seja, foram cumpridos oito anos e meio.
Desde 2003, foram analisadas 353.773 fotografias (116.800 no período 2003-2005, 48.200 em 2006, 39.452 em 2007, 37.607 em 2008, 34.426 em 2009, 33.806 em 2010, 29.365 em 2011 e 14.117 no primeiro semestre de 2012).
O Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), fundado em 2003, e único do género em Portugal, e que acaba de lançar o único curso universitário no mundo em expressão facial da emoção (http://ingresso.ufp.pt/pos-graduacao-em-expressao-facial-da-emocao/), tem sido distinguido por diversas organizações internacionais pelo "pioneirismo e inovação" do seu trabalho científico.
O Prof. Doutor Freitas-Magalhães acaba de ser o único investigador de todas as universidades do mundo distinguido pela Enciclopédia Mundial do Comportamento Humano de Oxford pelo artigo científico "Facial Expression of Emotion" e recentemente editada pela Elsevier, a maior editora médica e científica do mundo.

FEELab/UFP
always emotional

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