segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Estudo pioneiro sobre a Neuropsicofisiologia da Felicidade: "Os portugueses mostram infelicidade pela face" - Prof. Freitas-Magalhães
“A felicidade vê-se na face das pessoas em função do tipo de sorriso exibido”, disse hoje no Porto o Diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade Fernando Pessoa.
Para o Prof. Doutor Freitas-Magalhães, que falava na apresentação dos resultados do estudo científico inédito “A Neuropsicofisiologia da Felicidade: Construção, Perceção e Efeitos Emocionais em Portugueses”, “quem sorri é percecionado como mais feliz”.
O estudo foi realizado pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa (UFP), com 2 017 portugueses, de idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos. Foi utilizada a Escala de Perceção do Sorriso (EPS), única no mundo, e criada, em 2003, pelo Prof. Doutor Freitas-Magalhães, constituída por 19 itens bipolares e que mede os fatores Avaliação e Movimento Expressivo.
“Os resultados demonstram o efeito do tipo de sorriso, do género e do contexto na construção e perceção emocionais da felicidade em portugueses”, explicou o Prof. Doutor Freitas-Magalhães.
As pessoas sorridentes foram percecionadas como mais felizes do que aquelas que exibiam a face neutra. Foram avaliados os três tipos de sorriso (largo, com a exibição das duas fileiras dentárias e movimento muscular intenso; sorriso superior, exibição apenas da fileira dentária superior e moderado movimento muscular e fechado, sem exibição das fileiras dentárias e com ligeiro movimento muscular em contraponto com a face neutra) e o seu consequente efeito na perceção da felicidade.
O padrão de identificação dos tipos de sorriso apontou no sentido de quanto mais intenso é o movimento muscular, maior é o nível de felicidade atribuído.
A mulher é percecionada como muito feliz quando exibe o sorriso largo quer por mulheres quer por homens e no grupo etário dos 18-25 anos, verificando-se uma diminuição quanto mais se avança na idade.
O homem é percecionado como mais feliz quando exibe o sorriso superior quer por mulheres quer por homens e no grupo etário dos 45-60 anos, verificando-se uma diminuição quanto mais se avança na idade.
As mulheres são percecionadas como mais felizes do que os homens quer por mulheres quer por homens no grupo etário dos 18-25 anos.
Para o Diretor do FEELab/UFP, “e perante a diminuta exibição do sorriso, ou a ausência deste na face, a pessoa é percecionada como mais infeliz, e tal constata-se na sociedade portuguesa atual”.
"Os portugueses revelam infelicidade pela face", enfatizou.
“A ausência de sorriso da face é um preocupante sinal sobre o estado emocional atual dos portugueses”, concluiu o Prof. Doutor Freitas-Magalhães.
Este estudo faz parte do projeto “FACE”, que foi lançado, em 2009, pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), permitirá cartografar, ao nível neuropsicofisiológico, a expressão facial dos portugueses, com recurso a tecnologia de imagiologia e visa ser um contributo para a constituição de um banco de dados de expressão facial disponível para as mais diversas aplicações sociais, como, por exemplo, na saúde, na justiça e na educação.
O estudo será apresentado na 25th Annual Convention da Association for Psychological Science (APS), em Washington, nos Estados Unidos, em Maio de 2013.
O Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), fundado em 2003, e único do género em Portugal, e que acabou de lançar o único curso universitário no mundo em expressão facial da emoção (http://ingresso.ufp.pt/pos-graduacao-em-expressao-facial-da-emocao/), tem sido distinguido por diversas organizações internacionais pelo "pioneirismo e inovação" do seu trabalho científico.
FEELab/UFP
always emotional
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